Passamos tanto tempo sendo soterrados de noticias como morte, roubo corrupção, terrorismo e outras coisas do tipo que ler ou assistir jornal acaba sendo uma coisa meio que massante e repetitiva de se fazer. As vezes, as mesmas noticias em todos os canais por vários dias. Não rola.
Mas, como é bom ficar sempre informada sobre as tragedias do mundo, a pessoa aqui na inocência começa a folhear o F. São Paulo dias atras, sem grandes pretensões, e se depara com uma pagina inteira dedicada a um autor croata chamado Radovan Ivsic (como se fala isso?). Tem alguns poemas e falando um pouco sobre ele. Nada muito complexo ou detalhado, mas já deu pra tirar um pouco o foco de tragedias, porque né?!
Enfim, Radovan Ivsic (1921-2009) é considerado um dos expoentes do modernismo em seu país natal. Dramaturgo censurado tanto pelos invasores nazistas como pelo regime comunista subsequente, em 1954 foi obrigado a emigrar para Paris, onde passou a frequentar um grupo de surrealistas reunido em torno de André Breton e Benjamin Péret, experiência determinante para assegurar seu lugar também na poesia francesa. Sua “Poesia Reunida”, traduzida por Eclair Antonio Almeida Filho e apresentada por Fernando Paixão, será lançada pela editora Lumme em 25/5, na Casa das Rosas, em São Paulo, com a presença de sua viúva, a crítica literária francesa Annie Le Brun.
Segue abaixo um de seus poemas. Lindos.
De tudo que sei
E que sei que sabes
De tudo que vejo
E que sei que tu vês
De tudo que ouço
Quando escuto teu coração
De tudo que me dizes
E que tanto amo
De tudo que se passa
Quando fechas os olhos
De todos os sonhos
De todas as estrelas
De todas as nuvens
De tudo isso sabes
O que me alegra ainda mais?
De tudo isso o que me alegra ainda mais
É que sei que sabes
Porque tu sabes e eu sei também
Tu sabes que me amas
E eu sei que te amo.
Créditos da postagem: Folha de São Paulo